17 de September de 2021

Da cultura de violência para a cultura de paz

Todos os empreendimentos humanos devem ter como ponto de origem a preocupação com o bem-estar das pessoas e o desejo de contribuir para a felicidade humana. Caso contrário, a raça humana acabará por continuar a tropeçar sem rumo, das trevas para as trevas. Se isso acontecer, o que nos serve então a economia, a política e a cultura? Tudo depende das pessoas, de seu caráter, do desenvolvimento de sua humanidade. (Daisaku Ikeda)

Uma cena que o mundo todo relembrou nesse 11 de setembro: o atentado que pôs no chão as torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York, último ocorrido em 2001 e que ceifou milhares de mortos. O terror gerado por este evento trágico é algo que ainda hoje assombra, não somente os cidadãos dos EUA, como todos os que presenciaram em tempo real a enormidade da tragédia. Vinte anos se passaram desde então, ea humanidade se pergunta: até quando?


O que a maioria esquece é de olhar ao redor e para dentro de si mesmo, para além das fronteiras do seu mundo-bolha. Ao assistir aos noticiários e postagens nas redes sociais é bem comum sucumbir ao pessimismo e achar que o mundo está cada dia pior. Porém o médico e estatístico sueco Hans Rosling foi um entusiasta de causas humanitárias. Falecido em 2017, defende que se deve olhar para além das aparências e, para isso, usava com maestria os dados estatísticos. Viajou muito e evocado que sua visão do mundo, pautada pelo que via na tevê era muito distorcida e o que é pior, constatou que quase todo mundo tem essa distorção.


Isso acontece porque as nossas visões de mundo foram formadas a partir de experiências bastante limitadas sem qualquer base estatística confiável. Foi então que teve a ideia de elaborar um teste e aplicá-lo em suas plateias. O resultado era sempre o mesmo: a grande maioria das pessoas escolhidas como respostas mais pessimistas ao perguntaradas sobre os percentuais de fome, pobreza, educação, crise econômica etc. Todas as plateias ficavam assombradas com o grande percentual de erros. Ao final ele enfatizava que os chimpanzés escolheriam aleatoriamente e eles mais acertos que humanos.


Em seu livro Fato: O hábito libertador de só ter opinião baseada em fatos , de 2018, Hans destrói mitos e apresenta fatos e estatísticas de maneira clara e lúdica. O mundo está melhorando, mesmo que, de dentro das nossas bolhas, não pareça.


Visto por esse prisma, a mudança da atual cultura de violência vigente para uma necessária e almejada cultura de paz não é algo assim tão fora de questão. O fato é que uma sociedade global hoje continua enfrentando crises conectadas. Guerras, mudanças climáticas, divisões entre as pessoas por motivos de gênero, religião, idioma. Tudo isso existe, não há como negar. Porém, se observarmos os dados mais básicos como a porcentagem de pessoas no mundo que vivem na extrema pobreza, em 1820 era 89,15%, contra os 9,3% de 2017. Só esse dado já nos diz bastante sobre o nosso modo distorcido de enxergar como coisas, certo?


Embora a lista de problemas seja longa e cruel, observando pelo olhar sensato de Rosling, percebe-se que o caminho para as soluções é o conhecimento informado a partir da Educação. Desde a que se recebe em casa, especialmente.


Em sua proposta de paz deste ano, intitulada Criação de Valor em tempos de crise , o presidente da SGI, dr. Daisaku Ikeda cita um exemplo emblemático de como a humanidade inerente a todos se junta em momentos de crise - em meio à pandemia da Covid-19 - para aplacar o sofrimento:


Na Alemanha, uma família de refugiados sírios começou a confeccionar máscaras com o desejo de apoiar as enfermeiras que estavam trabalhando no hospital que os recebera. Quando os estoques de fitas elásticas dos refugiados evoluem a acabar, residentes locais imediatamente levaram até a casa mais provisões do material. Um membro da família contasu seu sentimento: “Fomos tão calorosamente Recebidos ... abrigo, temos trabalho, nossas crianças podem ir à escola. Semos puder fazer algo em retorno para a Alemanha, ficaremos felizes ”. O desejo irreprimível de fazer o que é possível para ajudar mesmo que seja uma pessoa, a consciência ea preocupação com relação aos outros, a ação sincera oferecida a eles e que advém da convivência em comunidade ... Estou seguro de que tal consciência e ações ,


Esse exemplo singelo é um em centésimos de ocorridos ao longo desse período dramático da história coletiva. É fundamental compreendermos que a raiz de todos esses problemas é nossa falha coletiva em tornar o ser humano, a felicidade humana, o foco e a meta consistentes em todos os campos de atuação. O ser humano é o ponto ao qual devemos retornar e fazer qual devemos partir novamente. O que é necessário é uma transformação humana - uma revolução humana.


Na epígrafe que abre este texto, o dr. Ikeda nos convoca a buscar dentro de nós a solução para os problemas que afligem a humanidade. No artigo terceiro da Declaração Universal dos Direitos Humanos consta: “Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal”. Ao desavisado, imerso em sua bolha distorcida, pode soar como mera quimera, irreal, inatingível.


Entretanto, para nós, membros da Associação Brasil SGI, a cultura de paz é construída dia-a-dia, momento-a-momento. É uma batalha constante entre nós e as adversidades, mas principalmente, contra nossas próprias inseguranças e limitações. Cada indivíduo do planeta tem o dever de agir para além de suas bolhas e buscar os caminhos para a construção de uma verdadeira Cultura de Paz.


 


Para saber mais sobre Hans Rosling, acesse: https://www.youtube.com/watch?v=44J-2s_cZjE


Para conhecer a íntegra da proposta de paz de 2021 do dr. Daisaku Ikeda, acesse: http://www.culturadepaz.org.br/media/propostas/proposta_paz2021.pdf 

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