O concerto foi uma grande celebração aos 25 anos de fundação do grupo
O sentimento que os músicos da OFBHI imprimem em cada nota é o grande diferencial deste grupo
Close de um dos setores da orquestra
Os afortunados que estiveram presentes ao auditório do Museu de Arte de São Paulo (MASP) puderam assistir a um grande encontro sonoro eu primou por inacreditáveis acordes humanísticos que pulsam pela dignidade da vida de cada ser vivo no planeta. Na tarde do dia 6 de maio último, a Orquestra Filarmônica Brasileira do Humanismo Ikeda (OFBHI) apresentou-se para uma plateia seleta, composta principalmente por associados da BSGI e seus convidados.
Sob regência do maestro Alexandre Pinto, o conjunto reproduziu obras de Ludwig Von Beethoven, Jean Sibelius, Duda do Recife e Guerra Peixe. Cada obra foi cuidadosamente escolhida para oferecer ao público um concerto grandioso e inesquecível.
Egmont – opus 84, de Beethoven foi a peça escolhida para a abertura do concerto. É parte de um conjunto de músicas incidentais cujo tema Beethoven buscou expressar suas preocupações políticas por meio da exaltação do heróico sacrifício de um homem condenado à morte por ter tomado uma posição valente contra a opressão.
A segunda música, Romance nº2, também de Beethoven, é uma obra cuja suavidade e melodiosa cadência é um convite a um interlúdico passeio musical. Com o primoroso solo de violino do spalla da orquestra, Sergio Senda, é uma conversa musical entre o conjunto e o solista.
Finlandia, opus 26, de Sibelius, é um poema sinfônico. Grande parte da peça traz melodias crescentes e turbulentas, evocando a luta nacional do povo finlandês. Embora inicie melancólica, remetendo à angústia de um povo desesperançado, aos poucos se energiza e se transfigura, levando o público a um estado próximo ao da euforia.
As duas peças seguintes são uma homenagem à grandiosa música de câmara brasileira, embora pouco conhecida do grande público. Suite Nordestina de José Ursicino da Silva, ou Maestro Duda; e Mourão de César Guerra Peixe, são obras que remetem às raízes da cultura brasileira, com seus ritmos e sonoridades únicos. Cada composição remete uma nação superlativa que orgulha-se de sua miscigenação, sua alma mestiça cuja diversidade encanta e emociona o mundo.
Fechando o concerto, A Longa e Distante Correnteza do Amazonas. Composição própria da OFBHI, é uma homenagem ao poema épico homônimo do fundador do grupo, dr. Daisaku Ikeda.
O quase obrigatório bis foi a canção Haha (Mãe), uma homenagem a todas as mães, no mês que celebra a garra e a abnegação maternas.
A Orquestra
Fundada em 1993, pelo presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), dr. Daisaku Ikeda em sua quarta e última visita ao Brasil, o nome foi sugerido pelo compositor e pianista Amaral Vieira que até hoje é mentor do grupo e um grande admirador dos ideais Soka. “Sugeri o nome por admirar o dr. Ikeda como o maior humanista da História”, explicou o compositor.
Amaral Vieira comentou sobre sua emoção ao presenciar a apresentação no MASP. “Foi aqui que se iniciou minha história de amizade e admiração pela SGI. O museu havia recebido um piano de presente do dr. Ikeda em agradecimento aos esforços do museu na produção da icônica exposição Eternos Tesouros do Japão. E eu fui o músico convidado a inaugurá-lo”, contou. Curioso com tão grandioso presente foi procurar conhecer mais sobre a figura de Daisaku Ikeda. Ali nascia uma amizade que se estende até hoje.
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