Frase do buda Nichiren: “Quando uma árvore é transplantada, ainda que soprem ventos fortes, ela não tombará se estiver sustentada por uma firme estaca”
O jovem cientista em seu trabalho atual
Em seu habitat natural
Matheus Leite tem somente 24 anos mas já possui uma trajetória de vida de causar inveja a muito marmanjo bem mais maduro. Morador de Maricá se confessa fã de anime, ama fazer trilhas e praticar Kung Fu. “Sou budista desde os 5 anos de idade junto com a minha mãe Joana e a minha irmã Joyce”, contou Matheus. Este relato fecha de forma grandiosa o mês dedicado aos jovens decididos e destemidos da BSGI!
Desde a primeira infância frequentando os encontros do Núcleo Infanto Juvenil, o pequeno Matheus sempre ouviu que deveria cultivar muitos sonhos e que nada seria impossível ser realizado. E ele queria ser cientista!
“Pesquisar e estudar coisas boas para a humanidade era o meu sonho”, enfatizou. Segundo ele este anseio foi se delineando a cada nova atividade da BSGI em que participava, pois os incentivos o levavam ao encontro dos seus mais profundos desejos de menino. E cada vez mais o sonho foi se materializando até que se tornou parte de sua vida. E, mesmo em meio a circunstâncias adversas, em 2016 o sonho se tornou real com seu ingresso na Universidade Federal Fluminense, para cursar Ciência Ambiental.
Em 2020, quando finalizaria o curso, aconteceu tudo diferente do que imaginara no início daquele ano. Tinha formulado planos grandiosos e aí chegou a pandemia do Covid-19. Entretanto, o espanto inicial com a turbulência e o estarrecimento mundial diante do avanço da doença, não arrefeceram os ânimos desse destemido jovem cientista.
“Em fevereiro, duas semanas antes de o isolamento social começar, eu consegui um estágio para atuar com educação ambiental”, contou. Fora contratado para lecionar aulas de Educação Ambiental a crianças de 4 e 5 anos em duas escolas particulares na cidade do Rio de Janeiro. Porém, devido à pandemia e ao isolamento social, teve que se adaptar e se reinventar, como todos os preciosos educadores deste país. Voltou-se novamente aos estudos para criar vídeo-aulas lúdicas e interessantes, propondo atividades e brincadeiras para manter o interesse e a atenção das crianças.
“No mês de abril, a empresa ganhou um projeto na Prefeitura de Niterói, e apesar de eu estar a tão pouco tempo com eles, decidiram me levar para este projeto que seria o maior da história da empresa”, disse Matheus. O novo projeto consistia em trabalhar com 400 jovens, moradores de comunidades da periferia de Niterói. O objetivo era oferecer a esses jovens cursos profissionalizantes e capacitações na área ambiental motivando-os a criar ações efetivas nas localidades onde residiam.
No início do projeto, antes de a empresa conseguir contratar mais pessoas, Matheus basicamente cumpria a função de um coordenador sem tampouco receber o mesmo que as pessoas que de fato exerciam oficialmente essa função. “Estes recebiam 8 vezes mais do que eu, que praticamente estava pagando para poder ter a experiência”, contou. Tal fato causou desânimo e ansiedade devido às condições financeiras. “Mas a experiência me trouxe muitos aprendizados e cultivei relações de confiança e admiração mútuas com as pessoas que trabalhavam comigo”, enfatizou.
Assim, lá se foram nove meses nessas condições. Desafios, descobertas e decisões. Havia muito o que celebrar, mesmo não recebendo uma remuneração condizente. Manteve a prática budista e a atuação nos grupos de jovens em que participava. Devido à sua ação abnegada, mais duas pessoas queridas decidiram se tornar budistas. E, ao final de 2020, apresentou seu Trabalho de Conclusão de Curso, graduando-se bacharel em Ciência Ambiental.
Matheus ressaltou que isso só foi possível graças à sua atuação desde criança, na BSGI. A epígrafe que abre este texto fez parte de uma mensagem do presidente da SGI, dr. Daisaku Ikeda, enviada ao Núcleo Jovem em 2020. A menção à “firme estaca” remete à importância de se ter amigos reais e verdadeiros. Algo que ele encontrou dentro da BSGI.
“Pra mim parece que 2020 deve ter levado uns 3 anos para acabar”, disse Matheus referindo-se à quantidade de eventos, episódios e tempestades que precisou suplantar. “Após me formar, a empresa onde eu estagiava me informou que não poderiam me contratar como um Coordenador de 40h, como tinham prometido, pois não havia mais vagas”, relatou. Em paralelo, ele e sua noiva, Julia, receberam uma proposta inusitada para alugar um apartamento de amigos da família. De novo foi tomado por grande ansiedade. Porém, sem que soubesse, sua mãe estava dedicando-se firmemente à prática individual, orando cerca de 5h/dia, para que ele conseguisse um novo emprego.
“Quando fui informá-la sobre a notícia de que não renovariam meu contrato, ela ficou com o coração aliviado, pois eu precisava pegar ônibus para ir trabalhar em Niterói em meio à pandemia”, ressaltou. A mãe Soka é um ser que nunca se abala e, sempre que um desafio se apresenta, ela prontamente se lança a ele, sem medo ou hesitação. “Prontamente ela disse que eu deveria criar uma nova decisão em meu coração e que ela tinha certeza de que eu conseguiria um emprego até o dia 18 de novembro [data em que se celebra a fundação da Soka Gakkai]”, contou. As palavras maternas tocaram fundo e ele decidiu iniciar uma nova luta. Enviou currículos, postou publicações e interagiu nas redes sociais principalmente as voltadas à colocação profissional.
Na terça-feira 9 de novembro, Matheus fez uma nova publicação na rede social. Até então seus posts geravam cerca de 100 visualizações. Porém este, durante a semana, alcançou 1000 pessoas, fato que acabou resultando em um convite para uma entrevista via Google Meet naquela mesma semana.
Eis que no dia 17/11, após ter recebido um retorno positivo da entrevista, assinou seu novo contrato de trabalho e, no dia seguinte, celebrou o Dia de Fundação da Soka Gakkai participando de sua primeira reunião no novo emprego!
O apartamento oferecido anteriormente é hoje o lar de Matheus e Julia que já fazem planos de se casar em breve. Há cinco meses atua em uma empresa brasileira de geotecnologia que é referência no mercado. Trabalha em casa, tem um bom salário e sente que a cada dia se desenvolve mais. Foi contaminado com a Covid mas teve poucos sintomas e está totalmente recuperado.
“E tem mais uma novidade, nesses últimos meses, meu trabalho estava sendo reconhecido pela minha boa comunicação, capacidade de organização e comprometimento, competências que eu forjei dentro da BSGI!”, exultou. Matheus, quando criança, era um menino que mal conseguia sorrir para as pessoas e dar um bom dia devido uma enorme timidez. “Com esse reconhecimento, fui convidado para um processo seletivo interno e estou exercendo há 5 meses uma função de grande confiança e responsabilidade”, finalizou este jovem e determinado cientista budista que claramente alça voo em direção à sua meta de realização profissional, de acordo com as diretrizes de Paz, Cultura e Educação da BSGI.
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